Exibição será neste sábado, 09/05, às
19h30min no Auditório Wilson Fonseca da UFOPA – Campus Rondon
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Imagem: Cartaz do Filme – “Drama”.
Fonte: http://camelecocacola.blogspot.com.br
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Como parte das etapas
formativas dos integrantes do Projeto Iurupari – Grupo de Teatro, projeto de
extensão da UFOPA – Santarém, será exibido o filme “Drama” (2010) do diretor
espanhol Matias Lira. A exibição ocorrerá neste sábado, 09 de maio, as 19h30min, no Auditório Wilson Fonseca do
Campus Rondon da UFOPA de Santarém, e será aberto gratuitamente aos
interessados em prestigiar o filme.
A seção, prevista,
ocorrerá após o encontro semanal do projeto, que conta atualmente com a
participação de aproximadamente 40 integrantes, dentre acadêmicos e comunidade
em geral, e está em atividade contínua desde o mês de março do corrente ano.
Ainda neste mês de maio
estão previstas exibições de outros filmes, com enfoques às questões teatrais e
às artes cênicas, que tendem a aprofundar o discernimento dos integrantes nas
discussões que enfocam o aprimoramento às atividades artísticas almejadas.
SINOPSE
DO FILME
Em Drama três jovens
crendo que a vida é um teatro… Influenciados por um professor e pelo método do
teórico francês Antonin Artaud, três estudantes de teatro começam a buscar
situações e emoções reais e trazê-las para o palco. A obsessão por se tornarem atores
melhores os leva a conhecer seus lados mais obscuros, ultrapassando limites que
eles e seus professores não poderiam prever.
MAIS SOBRE O FILME
(Fonte: http://cinepop.virgula.uol.com.br/noticias2/34mostrainternacionaldesaopaulo_jana_101.htm)
(Fonte: http://cinepop.virgula.uol.com.br/noticias2/34mostrainternacionaldesaopaulo_jana_101.htm)
Filmes
sobre ditadura sulamericana são destaque na Mostra
Os anos passam mais uma
ferida continua bem aberta na América do Sul: a ditadura ainda é exposta pelo
cinema com todas as suas mazelas. Na 34ª edição da Mostra de São Paulo dois
filmes se destacam com este assunto - o argentino O olho Invisível e o chileno DRAMA.
[...]
Usando o teatro como
aparente tema central, o longa chileno DRAMA,
de Matias Lira, mostra três jovens que confundem seus personagens no palco com
a vida real. Um deles, Mateo, é atormentado pela raiva que sente do pai e o
desaparecimento de sua mãe. Desaparecimento este que, já no final do filme,
vamos saber que está relacionado com a aterrorizante ascensão de Pinochet ao
poder no Chile.
O interessante neste
caso é que Drama mostra a ditadura calando os artistas e acabando com a
liberdade de expressão, o que não difere dos dias atuais no Chile, onde ainda é
preciso lutar para se expressar - o cartaz do longa foi censurado no país.
E se há uma coisa que o
cinema não faz, definitivamente, é colocar os panos quentes na ditadura. Ainda
bem.
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Imagem: Cena do Filme – “Drama”.
Fonte: http://camelecocacola.blogspot.com.br
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ENTREVISTA
(Fonte: http://cinepop.virgula.uol.com.br/noticias2/34mostrainternacionaldesaopaulo_jana_101.htm)
(Fonte: http://cinepop.virgula.uol.com.br/noticias2/34mostrainternacionaldesaopaulo_jana_101.htm)
Diretor chileno Matias
Lira comenta sobre Drama, seu primeiro filme
Motivados pelas técnicas
do Teatro da Crueldade do dramaturgo francês Antonin Artaud e por um singular
professor, três estudantes de teatro começam a experimentar vivências ao limite
numa busca por atingir a perfeição. Misturando realidade e ficção, o filme
Drama, de Matías Lira, é muito mais do que parece inicialmente.
Com vários anos de
experiência dirigindo programas de televisão, Lira estreia com Drama nos
cinemas, marcando presença como mais um jovem diretor chileno a tentar
conquistar o mundo. Em entrevista ao CinePop, o cineasta, que está em São Paulo
apresentando seu longa na Mostra internacional de Cinema, revela como foi fazer
seu primeiro filme.
CinePOP: Como surgiu a ideia de filmar Drama?
Matías
Lira: Procurei um
tema que para mim fora recorrente, eu desehava trabalhar algo que me
identificasse. O filme tem 90% de realidade, de coisas que vi e vivi, e 10% de
ficção.
CinePOP: E por que usar o teatro como pano de
fundo da história?
Matías
Lira: Como já fui
ator de teatro, peguei esse universo. Além disso, adoro filmes que usam o
teatro como tema central. Um dos meus preferidos é O Estado das Coisas, do Wim
Wenders. Então para fazer meu primeiro filme tinha que ser algo que me
encantasse, e o teatro me encanta.
CinePOP: Você usa o Teatro da Crueldade do
dramaturgo francês Antonin Artaud como ponto de partida da trama. As cenas de
ensaio a partir dessa técnica são bastante angustiantes, com os atores passando
por momentos exaustivos. O que vemos no filme são técnicas reais ou você
exagerou?
Matías
Lira: Queria retratar
a obsessão destes jovens estudantes por querer ser os melhores, por procurar
sua identidade, mas no fundo devem compreender que não existem as pressões e
nada é tão importante como a saúde física e psicológica.o que eu queria passar
é que não é necessário viver no limite para atingir o sucesso. Em qualquer carreira,
os jovens, entre 18 e 23 anos, acham que se não fizerem sucesso nesta época,
são fracassados. E isso não é verdade. Mesmo no jornalismo é assim, o jovem
jornalista sente essa pressão. Todo mundo tem crise nessa idade, a gente acha
que se não conseguir algo vai fracassar para o resto da vida. Então coloquei as
cenas de ensaio de teatro mostrando como eles sofrem para atingir o sucesso,
quando, na verdade, são inseguros e não precisam fazer sucesso tão jovens.
CinePOP: Na realidade o teatro é pano de fundo
para um tema recorrente no cinema sulamericano, a ditadura.
Matías
Lira: Sim, e mais do
que retratar o interior das escolas quis mostrar do que muita da gente
relacionada com as artes cênicas está ao mesmo tempo muito conectada com a realidade.
E mostrar isso e outras coisas no filme me causaram problemas com a censura no
Chile.
CinePOP: Que problemas?
Matías
Lira: Os problemas já
começaram no cartaz, que mostra os três protagonistas juntos, na cama, e remete
a uma cena do filme. No Chile o cartaz saiu com uma tarja no rosto dos
personagens, então não se vê que são dois homens e uma mulher. Além disso há
críticas à igreja, e no Chile há meus casos de padres envolvidos com pedofilia.
Falta diálogo no país, e essas coisas continuam acontecendo por causa dessa falta
de diálogo.
CinePOP: Apesar dessa censura, o filme foi bem
recebido pelo público no Chile, o que você acha disso?
Matías
Lira: Acho que a identificação
vem de que, apesar dos personagens principais serem atores, o filme trata de
atuarmos na vida. É esta reflexão que deve ser feita e acho que isso tem atraído
as pessoas.
CRÍTICA:
Fonte: http://camelecocacola.blogspot.com.br/2011/08/drama-de-matias-lira.html
Fonte: http://camelecocacola.blogspot.com.br/2011/08/drama-de-matias-lira.html
Drama
de Matías Lira
QUATRO
PALERMAS
Este filme, não sei
porquê, estreou no Havana Film Festival de 2010, e fiz download dele de não sei
onde, porque li na sinopse que os personagens se deparavam com as teorias de
Antonin Artaud sobre teatro. É esta a promessa de "Drama": a história
de três jovens atores que se propõe atravessar uma série de situações
estranhas, de forma a seguir a ideia de Artaud de que o teatro não devia ser
uma mentira, mas o encontrar da verdade dos personagens pelos próprios atores
(Mais ou menos isto.), confundindo assim aquilo que são enquanto pessoas com
aquilo que são os personagens que pretendem interpretar.
A ideia é boa, se é fato
que as teorias de Artaud não foram ainda ultrapassadas e que representam uma
verdadeira revolução, a mais significativa talvez, na arte de representar. No
entanto, eis o que encontramos no filme de Matías Lira: dois rapazes, Matteo
(Eusebio Arenas) e Ángel (Diego Ruiz) e uma rapariga, Maria (Isidora Urrejola).
Matteo e Maria mantém uma relação amorosa de componente sexual conturbada, ao
que se percebe, devido a algum trauma de infância de Matteo. Ángel atravessa a
descoberta da sua homossexualidade. No contexto das suas aulas de teatro, os
três propõe-se a viver situações estranhas para depois apresentarem uma peça ou
um monólogo. Estas situações estão ligadas a prostituição, a violência e a uma
espécie de submundo. Até aqui tudo bem. No entanto, Matías Lira revela-se o
mais completo incompetente no que toca a filmar tudo isto. Os três personagens
estão tão pobremente definidos que não parecem ter sequer personalidade alguma
para começar; e as situações em que se encontram são abordadas de uma maneira
tão superficial e tão abandalhada que quase estranhamos que aquilo signifique
mais que uma inocente brincadeira de criancinhas num parque infantil. Poderia
isto ser uma forma de apontar para a imprepração dos três jovens atores, mas
acontece que, pela cenografia e pelas consequências dessas situações,
percebemos que era suposto aqueles momentos serem intensos e limítrofes e
inclusivamente terem uma dimensão intelectual. Aliás, o único bom momento deste
filme é o monólogo apresentado neste contexto por Ángel. É um segmento de boa
qualidade, em si, porque a verdade é que, julgando-o de acordo com o resto do
filme, gera-se uma incongruência, pois a situação que dá origem ao monólogo
está tão mal pensada que, na verdade, só mesmo em ficção é que ela poderia ter
originado aquele monólogo.
O resto do filme está
sempre de acordo com tudo isto. Situações que notoriamente se queriam fortes e
contundentes, mas que resultam sempre pobres enquanto cinema e enquanto tudo,
na verdade. A pressuposta dimensão intelectual e experimental de todas essas
situações não existe, nem sequer residualmente. Ángel, de repente, torna-se
quase apagado, não parecendo muito mais que um adolescente a tentar ter sexo;
Maria parece uma menina desesperada por chamar a atenção do namorado que a
rejeita e, mais irritante que todos, Matteo leva a sua vida a pensar nos seus
mommy issues, o que nos faz pensar que Freud passou mais por aqui do que
Artaud. A questão aqui é que o trauma infantil podia até ser uma boa ideia, e,
inicialmente, até nos parece que poderá aí mesmo estar um bom ponto de tensão
no filme. O problema é o final. A ideia da repetição desse trauma, entre Matteo
e Maria é boa, mas a explicação que dão para o que verdadeiramente aconteceu à
mãe de Matteo pura e simplesmente não resulta.
Além disso, entre
Matteo, Ángel e Maria sugere-se uma relação triangular -que, aliás, é o próprio
cartaz do filme -que pura e simplesmente não existe, limita-se a ser levemente,
muito levemente, sugerido, no início do filme, perdendo-se redondamente logo a
seguir.
A realçar de bom estão
apenas pequenos detalhes que, por mais significativos que possam ser, não
chegam para salvar um filme. Mas, de qualquer maneira, há que os realçar. Refiro-me
ao baton que Matteo vai mostrando como um símbolo da mãe, a pistola de brincar
que passa de Matteo para Ángel, o graffiti que Matteo faz, sempre igual, com um
lobo (?). Estas pequenas coisas são as únicas que vão dando densidade a um
filme a que o que falta é precisamente densidade.
No fim do filme, duas
coisas nos podem ocorrer. A primeira de todas é que se Antonin Artaud tivesse
visto este filme teria tido um desgosto de morte. A segunda é que, entre
pseudo-intelectualidades, este filme é pouco mais que três palermas à frente de
uma câmara, e mais um palerma atrás. E não há muito mais a dizer.
SERVIÇO:
FILME:
“Drama”
DATA: 09 de Maio de 2015, sábado.
DATA: 09 de Maio de 2015, sábado.
HORÁRIO: 19h30min
Local:
Auditório Wilson Fonseca – Campus Rondon da UFOPA – Santarém
PÚBLICO ALVO: Pessoas com interesse em Artes Cênicas
DIRETOR: Matias Lira
ROTEIRISTA: Eliseo Altunaga, Sebastián Arrau, Matias Lira
ATORES – Destaque: Diego Ruiz , Eusébio Arenas
ATRIZ – Destaque: Isidora Urrejola
PÚBLICO ALVO: Pessoas com interesse em Artes Cênicas
DIRETOR: Matias Lira
ROTEIRISTA: Eliseo Altunaga, Sebastián Arrau, Matias Lira
ATORES – Destaque: Diego Ruiz , Eusébio Arenas
ATRIZ – Destaque: Isidora Urrejola
Informações: http://iurupari.blogspot.com.br
/ iurupari@gmail.com – Tel.: 93-99130-6555
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Imagem:
Atores protagonistas do filme – “Drama”
Fonte: http://blogfoursome.blogspot.com.br/2011/03/dica-de-filme-drama.html |
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